Promessa de Comunidade Verdadeira

Nos dias de Jesus, ele se retirava para o monte para orar e passava ali toda a noite em oração a Deus. No dia seguinte, ele escolheu doze discípulos dentre muitos e ascendeu à montanha para lhes dar seus ensinamentos. Essa escolha não foi ao acaso; ela refletiu a chamada divina ocorrida anteriormente, como descrito no livro de Êxodo, onde Deus, através de Moisés, reuniu as doze tribos de Israel.

Assim como Deus formou uma comunidade a partir de Israel, Jesus estava estabelecendo uma nova comunidade entre seus discípulos. Ao descer do monte e começar a pregar, ele atraiu multidões de várias regiões, mostrando que essa nova comunidade abrangia não apenas judeus, mas também gentios. A mensagem de Jesus apontava não apenas para a formação de um grupo de seguidores, mas para a promessa de uma verdadeira comunidade humana, unida por novos valores.

Na passagem de Lucas 6:20-26, Jesus desafia os valores comuns de poder, conforto, sucesso e reconhecimento, e apresenta uma inversão notável desses valores. Para ele, aqueles que a sociedade frequentemente despreza — os pobres, os famintos, os que choram, os excluídos — são, na verdade, abençoados. Ele nos chama a amar verdadeiramente uns aos outros e a demonstrar misericórdia, promovendo uma cultura de amor e inclusão, mesmo quando não é gratificante no imediato.

Para viver em sua comunidade, Jesus nos convida a sermos livres da necessidade do poder, conforto, reconhecimento e sucesso, centrando nossas vidas em valores de humildade, serviço e sacrifício. Essa liberdade radical nos permite formar relações mais autênticas, capazes de suportar adversidades.

Ao amarmos nossos inimigos e fazermos o bem sem esperar nada em troca, imergimos em uma realidade divina; mostramos ao mundo que pertencer ao Reino de Deus significa uma liberdade incomparável, uma liberdade que redefine profundamente nossas prioridades e forma uma nova sociedade onde o amor floresce.

A comunidade que Jesus promete interpõe-se ao modo como vivemos em sociedade hoje, ofertando a promessa de um tecido social novo e belo, um convite a sermos parte de algo maior. Estamos chamados a refletir sobre nossa própria disposição de abandonar as velhas maneiras e abraçar esse novo modo de viver, essa verdadeira comunidade humana.