Devocional
Lucas 24:37-43
O Impacto da Ressurreição
**Eles estavam apavorados e amedrontados, pensando que tinham visto um fantasma. Ele disse a eles: 'Por que vocês estão perturbados e por que surgem dúvidas em suas mentes? Olhem para as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Toquem em mim e vejam; um fantasma não tem carne e ossos, como vocês podem ver que eu tenho'.** Assim se dá o relato do encontro de Jesus com seus discípulos após sua ressurreição, mencionado em Lucas 24:37-43. Esta passagem nos oferece uma lição poderosa que ressoa profundamente, principalmente em tempos incertos. Mencionado também por Paulo em Atos 17, onde ele confronta filósofos, esta ideia desafia nossas percepções modernas e confortáveis sobre a Páscoa. Hoje, muitos podem achar a história da ressurreição inspiradora, mas talvez a vejam de forma simbólica, não como um evento literal. No entanto, ao espiritualizar a ressurreição, eles perdem seu impacto real: Jesus ressuscitou corporalmente, com carne e ossos. Isso muda tudo.
O próprio Jesus desafiou essa ideia simplista do espiritual ao mostrar suas mãos e pés, ao comer peixe na presença dos discípulos. Ele provou que não era apenas uma memória ou uma lenda que permaneceu. Jesus estava fisicamente presente, e isso afirmava sua soberania sobre a morte. Como Paulo comentou no Areópago, em Atenas, a ressurreição é um convite para que todos reconsiderem suas buscas por significado. A ressurreição de Jesus não é apenas um conto inspirador à parte do qual podemos continuar a viver nossas vidas confortavelmente. Ela nos diz que o próprio Criador entrou neste mundo material para transformá-lo.
A ressurreição de Jesus nos desafia a mudar nossa maneira de enxergar o mundo e nos relacionar com ele. Não estamos apenas aguardando para deixar este mundo atrás e habitar uma existência espiritual distante. Pelo contrário, Jesus está nos levando a um futuro físico glorioso, onde a beleza e os prazeres deste mundo são apenas uma sombra da glória que nos aguarda. Isto é um chamado para viver sem medo de perder algo nesta vida, pois a realidade mais extraordinária ainda está por vir.
Portanto, em uma época em que muitos vivem em busca frenética, tentando não deixar oportunidades escaparem, a ressurreição de Jesus nos encoraja a confiar e descansar, sabendo que o que realmente importa nos aguarda na eternidade. Além disso, esta esperança futura não diminui a importância do mundo presente. Pelo contrário, nos motiva a lutar contra a injustiça, a violência e todas as formas de sofrimento, pois sabemos que o Reino de Deus está destinado a se concretizar aqui, trazendo redenção ao que vemos.
**Reflexão**
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Como a certeza da ressurreição de Jesus pode mudar a maneira como respondemos às dificuldades na vida?\
Você tem vivido sua fé de modo a mostrar a esperança tangível de um futuro redentor? Como?\
No que toca a viver de maneira significativa agora, de que forma esta mensagem desafia suas prioridades diárias?\
Pense em áreas de sua vida que possam estar sendo vividas com a sensação de vazio por medo de perda. Como a ressurreição de Jesus pode transformar essa visão?
Devocional
Hebreus 9:22
Três Coisas Indispensáveis
Billy Graham uma vez destacou três elementos fundamentais que não podemos viver sem. Vamos considerar essas verdades profundas contidas na Bíblia, que são essenciais para nossa paz e perdão.
Immanuel Kant uma vez disse que "um homem é rico não pelo que possui, mas pelo que pode viver sem". Essa afirmação ressoa profundamente quando refletimos sobre o que realmente é essencial para nossa vida espiritual. Quais são as coisas que não podemos dispensar se desejamos ter a alegria, a paz e a certeza de que nossos pecados estão perdoados e que nosso caminho para o céu está assegurado?
A primeira coisa que precisamos compreender é que "sem derramamento de sangue, não há remissão". Esta poderosa verdade da Carta aos Hebreus (Hebreus 9:22) nos revela a necessidade fundamental do sacrifício para o perdão dos pecados. Jesus Cristo, ao derramar Seu sangue na cruz, garantiu o único meio de reconciliação com Deus. Desde Gênesis até Apocalipse, o tema do sangue como símbolo de vida e sacrifício é recorrente, apontando para o fato de que nossa redenção vem por meio de Cristo, que deu Sua vida por nós.
A segunda verdade essencial discutida é que "sem fé, é impossível agradá-Lo" (Hebreus 11:6). Jesus já realizou a obra completa na cruz, mas agora é preciso que cada um de nós exerça fé. Mas o que é fé? Não é meramente acreditar, mas confiar plenamente, colocando toda a nossa esperança em Deus, tal como o missionário John Paton descreveu ao encontrar a palavra perfeita em seu trabalho de tradução: "reclinar-se". Assim, fé é reclinar todo o nosso ser sobre Jesus Cristo, abandonando qualquer ideia de que podemos alcançar a salvação por nossos próprios esforços.
Finalmente, a terceira verdade que não podemos dispensar é "sem mim nada podeis fazer" (João 15:5). Esta passagem enfatiza nossa dependência de Cristo em todos os aspectos da vida. Assim como ramos não podem produzir frutos separados da videira, nós, como crentes, necessitamos estar conectados a Cristo para manifestar o fruto do Espírito. O relacionamento contínuo com Jesus nos capacita a enfrentar as dificuldades da vida com amor, paciência e bondade, refletindo a transformação que Sua presença exerce em nós.
Essas três verdades nos apontam para a centralidade de Cristo em busca do perdão, da fé e de uma vida frutífera. Sem o derramamento do sangue de Jesus, sem fé Nele e sem estar continuamente conectado a Ele, nossos esforços espirituais são em vão. Que cada um de nós possa se comprometer a viver firmemente estas verdades no nosso dia a dia.
Devocional
Atos 20:36-38
Amizades Espirituais
Ao ler a passagem de Atos 20, observamos a profunda conexão entre Paulo e seus amigos enquanto ele se despede deles, consciente de que poderá não vê-los novamente. O destaque desse evento histórico revela mais do que um simples diário de viagem; ele ilustra a essência da amizade espiritual que Paulo experimentou.
Quando Paulo se ajoelha e ora com seus amigos, vemos a necessidade vital de amizades espirituais. Essas relações não são sinais de fraqueza, mas de maturidade e saúde espiritual. Na natureza de Deus, conforme descrita em Gênesis 2, é declarado que não é bom para o homem estar só. Esse desejo profundo de conexão humana é uma manifestação não do pecado, mas de nossa perfeição criada por Deus. Sem amizades, nem mesmo o Paraíso é completo.
Essa história nos lembra que necessitamos uns dos outros. Paulo, ao longo de suas viagens, mesmo com o conhecimento do que estava por vir em Jerusalém, foi cercado por amigos que ousaram desafiá-lo e incentivá-lo. Esse apoio mútuo se alicerça na experiência comum do amor e da graça de Cristo, unindo cristãos de diferentes origens.
A essência da amizade não está em se olhar mutuamente, mas em olhar juntos para um objetivo comum — e para o cristão, esse objetivo é Jesus Cristo. As amizades espirituais são formadas não apenas por decisão, mas por descoberta, pois o amor por Cristo une pessoas que talvez jamais se considerariam amigas em outro contexto.
Por outro lado, amizades também requerem esforço e dedicação. Elas são descobertas pela graça, mas necessitam ser cultivadas por meio de compartilhamento de sentimentos, bens, fé e decisões. Paulo demonstra que nossas decisões não são unilaterais quando nos abrimos ao feedback e à orientação de amigos espirituais.
Fiéis amigos compartilham não só momentos alegres, mas se comprometem a estar presentes nos tempos difíceis, refletindo o compromisso que temos uns com os outros por intermédio de Cristo. Finalizamos com a ideia de que essas amizades espirituais são eternas, pois, através de Cristo, sabemos que nossas relações não terminam com a morte, mas continuam na eternidade.
Paulo nos recorda na ceia do Senhor que o fortalecimento dos laços de amizade dentro da comunidade cristã é reflexo da comunhão que temos com Cristo. "Por isso, se alguém tem algo a resolver com um amigo, seja o momento de fazê-lo." A amizade, como um quadro pintado por Deus, requer esforço contínuo, mas é uma dádiva transcendental destinada à eternidade.