Devocional
Romanos 10:13
Invoque o Nome do Senhor
Na carta aos Romanos, capítulo 10, Paulo nos guia por uma reflexão profunda sobre a salvação e o papel fundamental da fé. Ele destaca que "todo aquele que nele crê não será confundido." Apesar da rejeição de Jesus por parte dos judeus, o apóstolo lembra que não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o próprio Deus é Senhor de todos e rico para todos que o invocam.
Paulo está dedicado a sua missão: levar o Evangelho aos rincões desconhecidos até então. Ele planeja ir à Espanha, seu próximo campo de pregação, e busca o apoio da igreja em Roma para esse projeto. Contudo, ele enfrenta descrédito de judeus convertidos que, apesar de crerem em Jesus, ainda seguem práticas e tradições judaicas, como a circuncisão e as dietas religiosas.
A dúvida de muitos era: por que Paulo prega contra a lei e as práticas mosaicas? No capítulo 9 de Romanos, Paulo defende que, embora a maioria dos judeus tenha rejeitado Jesus, isso não anula as promessas divinas. Deus cumpre sua aliança com os eleitos, aqueles que realmente creem, tanto judeus como gentios. Ele reafirma que os judeus eram culpados por rejeitar Jesus, pois tinham conhecimento do Evangelho, conforme pregado por Moisés, mas o desprezaram.
No coração da mensagem de Paulo, está a promessa de que "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Romanos 10:13). Esta oferta não é limitada a uma nação ou cultura específica. Paulo cita profetas como Isaías e Joel, que sustentam que a salvação seria estendida a todos aqueles que buscam a Deus, independente de suas origens étnicas. A salvação é universal: qualquer um pode clamar a Deus e encontrar redenção.
Paulo nos ensina que a fé vem pelo ouvir a pregação. Por isso, ele ressalta a importância do envio de missionários: "Como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?" (Romanos 10:14-15). Este é o ciclo da evangelização que começa com o envio, passa pela pregação, segue ao ouvir, e culmina na fé.
Este apelo à pregação não é contraditório com a doutrina da eleição. A soberania de Deus é a base da confiança para o anúncio do Evangelho. Deus tem seus eleitos, e por meio da pregação, eles ouvirão e crerão. É vital reconhecer que, sem a igreja enviando pregadores, o plano de salvação de Deus não alcançará seus objetivos, pois Deus decidiu operar por meio de seu povo.
No presente, essa missão é nossa. Temos o privilégio de ouvir o Evangelho. Que cada um de nós possa invocar o nome do Senhor, encontrando nele perdão e vida nova. Que possamos ser os mensageiros dessas boas novas a todos os povos e nações, espalhando a esperança que vem de Deus.
Devocional
2 Tessalonicenses 3:10
Fé Inabalável
Os acontecimentos do mundo e as tribulações do dia-a-dia muitas vezes nos deixam desmotivados, confusos, e até desorientados. A carta de Paulo aos Tessalonicenses foi escrita para uma igreja que também enfrentava desafios. Desafios de perseguição, como ser demitido do trabalho ou enfrentar injustiças. Além disso, alguns na comunidade deixaram de trabalhar, vivendo ociosamente e tornando-se um fardo para os demais.
A sabedoria de Paulo se manifesta ao endereçar o fim dos tempos e exortar a comunidade a retornar ao trabalho e ao amor mútuo. Em sua segunda epístola aos Tessalonicenses, ele adverte contra aqueles que, devido à ociosidade, estavam apenas causando problemas ao resto da comunidade, enfatizando a importância de serem produtivos em uma época de incertezas. _"E se alguém não quiser trabalhar, também não coma"_ foi a orientação clara de Paulo (2 Tessalonicenses 3:10).
O apóstolo entendeu que a desordem causada por más compreensões sobre a segunda vinda de Cristo levou alguns a abandonar suas responsabilidades. Em vez de tomar decisões precipitadas, o foco deveria estar em manter-se firme na fé, buscando o entendimento correto das Escrituras.
Ao mencionar a "parusia", Paulo reforça a certeza do retorno de Cristo, mas destaca que não somos nós que devemos decidir quando ou como isso ocorrerá. O que nos cabe é permanecer no caminho certo, firmes e dedicados na prática do bem e na fé. _"Que o Senhor dirija os seus corações para o amor de Deus e a perseverança de Cristo"_ (2 Tessalonicenses 3:5).
Portanto, o aplicativo para as nossas vidas hoje é claro: mesmo diante de incertezas, dificuldades e falsas informações, devemos nos ancorar na busca por uma compreensão mais profunda da palavra de Deus. Ao priorizar essa busca, somos menos suscetíveis a sermos desviados por crenças erradas ou por ociosidade.
Se em algum momento sentir-se perdido, lembre-se das palavras de Paulo. Use seu tempo de maneira proposital e com atitudes que reforcem o bem comum. Quando nossas ações são guiadas por um verdadeiro amor pela verdade, nos tornamos mais resistentes a enganos e mentiras.
Deus, como nos assegurou Paulo, é fiel e Ele mesmo nos firmará nesta caminhada, protegendo-nos do mal. Perseverar em boas ações, seja através do trabalho ou de ações voluntárias positivas, é o caminho de todo aquele que acredita no retorno triunfante de Cristo.
Que possamos refletir onde estão ancoradas nossas decisões diárias e como podemos ajustar nosso coração ao compasso da verdade divina.
Devocional
1 João 4:7-11
Amar como Jesus
Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou seu Filho unigênito ao mundo para que pudéssemos viver por meio dele. Nisso consiste o amor: não em que tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros.
No Evangelho de João, encontramos um spoiler da transformação que o amor pode operar em uma pessoa. João, inicialmente conhecido como "Filho do Trovão", era inflexível e impetuoso. No entanto, seu encontro e caminhada com Jesus o transformaram no "Apóstolo do Amor". Esse exemplo nos mostra que é possível amar como Jesus, apesar de nossas limitações e temperamentos fortes. Assim como João encontrou equilíbrio no amor e a intolerância se transformou em compaixão, nós também podemos ser moldados pelo amor de Cristo.
Talvez, em nossas vidas, sejamos confrontados com situações onde amar parece impossível. Como amar aquele chefe difícil no trabalho ou aquele colega que sempre se aproveita dos outros? Como amar alguém que nos magoou profundamente? A verdade é que nossa natureza humana é muitas vezes egoísta, e amamos aqueles que acreditamos merecer o nosso amor. Contudo, ao olharmos para a vida de João e a ordem de Jesus para amar, entendemos que o amor não é baseado em nossos sentimentos, mas em uma escolha intencional e imperativa.
A vida de João nos ensina que amar é um mandamento que deve ser intencional e sobrenatural. E, assim como Deus enviou seu Filho ao mundo, nós devemos agir com amor. Amar não é simplesmente um sentimento; é uma ação que reflete a fé viva em Cristo. Somos desafiados a planejar o amor, a ser intencionais nas nossas ações.
O amor inexplicável de Deus, que transformou João em alguém amável, também pode transformar nossas vidas. Se nossas experiências moldam nosso ser, as experiências com Jesus são ainda mais poderosas. Elas têm o poder de transformar nossa arrogância em humildade, nossa infelicidade em alegria e nosso egoísmo em altruísmo.
Assim como Han Solo se transformou em um herói altruísta por causa de seus relacionamentos, também somos transformados pela convivência com Jesus e sua comunidade. O amor que nos transforma é aquele que vem de Cristo e preenche nossas vidas de propósito. Que possamos amar como Jesus, de forma intencional, imperativa e sobrenatural.