
Chamados à Misericórdia
Na estrada sinuosa de Jericó, marcada pelo perigo e pela incerteza, se desenrola uma das histórias mais conhecidas contadas por Jesus. Narrada em Lucas 10, a Parábola do Bom Samaritano é uma poderosa ilustração do mandamento de amor ao próximo. Era um tempo de conflitos e preconceitos entre judeus e samaritanos, e essa história subverte as expectativas daqueles que a ouviram pela primeira vez.
Um perito na lei coloca Jesus à prova, perguntando o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Em resposta, Jesus pergunta o que está escrito na lei, e o homem sabiamente resume: "Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração... e ame o seu próximo como a si mesmo." Entretanto, insatisfeito, o perito busca se justificar, perguntando: "Quem é o meu próximo?". E é aí que Jesus nos presenteia com esta parábola.
Um homem foi atacado por ladrões na perigosa estrada de Jerusalém a Jericó. Espancado e deixado quase morto, ele foi ignorado por um sacerdote e um levita—ambos conhecedores das leis e preceitos que pregavam o amor ao próximo. O Samaritano, por sua vez, figura inusitada, moveu-se de compaixão. Ele cuidou das feridas do homem, utilizando seu próprio vinho e óleo, símbolos de cura e conforto.
O samaritano até mesmo levou aquele homem a uma hospedagem e pagou antecipadamente pela sua estadia e cuidados necessários. A ação fala mais do que qualquer justificativa poderia. Jesus conclui perguntando qual dos três foi o verdadeiro próximo do homem ferido e o perito da lei admite: "Aquele que teve misericórdia dele". Jesus, então, o instrui: "Vá e faça o mesmo."
Essa parábola revela o verdadeiro chamado à misericórdia de todos que conhecem a Cristo. Ser misericordioso não é apenas uma ação isolada; é um estilo de vida contínuo. Tiago 2:14-17 ecoa a necessidade de obras acompanharem a fé: "Se um irmão ou irmã estiverem necessitados de roupas e de alimento, e alguém disser: 'Vá em paz, aqueça-se e alimente-se', mas nada fizerem, de que adiantará isso?"
Cada um de nós está em uma viagem pela nossa própria "estrada de Jericó", rodeados por pessoas em necessidade. Contudo, quantas vezes passamos por essas pessoas, justificando nossa inação com impedimentos ético-religiosos ou rotinas diárias ocupadas?
Quando somos chamados à misericórdia, Deus não pede justificativas, Ele nos chama à ação. Como Jesus disse, "Vá e faça o mesmo". O convite é para todos nós: olhemos ao redor e nos preguntemos, de quem seremos o próximo?
## Reflexão
- Como você pode aplicar o amor misericordioso em sua vida cotidiana?
- Quais justificativas você tem usado para não ajudar aqueles ao seu redor?
- De que maneira Deus pode estar chamando você a ser mais como o samaritano nesta parábola?
Categoria: caridade