
A Nova Natureza e a Criação
No dia dos pais, muitos celebram suas famílias e refletem sobre suas relações. Em vez disso, a conversa de hoje foca na "nova natureza" proposta por Deus em relação à criação. O tema, ainda que envolto em debate, desafia-nos a perceber a Ecologia não apenas como uma bandeira de defesa, mas como um mandamento de mordomia que Deus confia ao ser humano.
"E Deus os abençoou e lhes disse: Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra" (Gênesis 1:28-30). Este é um dos chamados mais antigos e significativos que a Bíblia nos faz: sermos guardiões da criação. Deus, em sua infinita sabedoria, confiou ao ser humano o domínio sobre o restante da criação, uma autoridade que carrega consigo a responsabilidade de cuidar e proteger.
Há quem ame a natureza a ponto de defendê-la com todas as forças, e há quem a trate com descaso. Lembranças de acampamentos e a doce inocência de seu cachorro de infância, chamado Oreco, ressurgem, mostrando a fragilidade e complexidade do relacionamento humano com os animais e a criação. O amor, muitas vezes, não está na facilidade de cuidar de um ser, mas na disposição de encarar a responsabilidade.
Ainda que o apelo do ativismo ecológico e dos "pais de pet" muitas vezes tome rumos extremos, há um equilíbrio a ser buscado. O exagero, de um lado, ou o descuido, de outro, não refletem a mordomia que Deus espera de nós. "O Senhor Deus colocou o homem no Jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo" (Gênesis 2:15). Cultivar e guardar a terra, dois aspectos fundamentais que nos chamam a um papel dinâmico em relação à criação.
Enquanto algumas línguas hebraicas mostram que "cultivar" refere-se ao serviço e trabalho na terra, "guardar" aponta para o cuidado e proteção. Em ambos os casos, o ser humano é chamado a um compromisso responsável e equilibrado com a Terra. Esta mordomia espiritual transcende simples atos de conservação; é uma manifestação de serviços de adoração a Deus.
Portanto, em nossa jornada como mordomos da criação, lembremos que a verdadeira motivação é glorificar a Deus. Seja através de gestos pequenos como separar o lixo ou refletir sobre onde estão os desequilíbrios em nosso consumo. Cada ação pode ser uma expressão de nossa fé e compromisso em buscar um equilíbrio divino estabelecido na criação. Nem prostrados a natureza, nem negligentes com ela, mas mordomos fiéis da obra de Deus.
Categoria: missões